Devaneios (também tenho direito)

A vida nem sempre anda a direito... ás vezes lá tem umas linhas daquelas direitas para quem já mandou abaixo umas boas cervejas... E nem sempre se sabe qual o caminho, por onde ir ou deixar de ir, o que pensar ou sentir... Ébrios!

E no meio disto tudo, onde fico eu?

Sentada num passeio, a gozar o silêncio cortante do frio que me entra pela espinha e me faz tremer... Será frio? Ou será dos nervos que ultimamente me assombram? Acho que é uma mistura.

A vida corre-me bem... Será? Será que não? Será que isto é o correr bem que mereço? Ou será que realmente fiz por merecer melhor e a vida está a rasteirar-me?

Caí redonda no chão, fui apanhada pela rasteira.

Agora tenho de limpar a lama que ficou em mim marcada... Mas será por fora? Ou é cá dentro que estou a precisar de ser "limpa"?

Limpa. Água. Lágrimas.
E eis que choro. De felicidade? De tristeza?
Ás vezes, ás vezes, de tudo um pouco.... Há de tudo, para dar e vender...
Vender? Isso só no trabalho, e há que aproveitar as folgas para não enlouquecer.

Enfim, a vida é mesmo assim.
(E parar de rimar, não?)

Temos direito a isto tudo nesta vidinha. Há que nunca nos queixarmos, há sempre alguém pior que nós!
Mas só queremos estar bem, ou, pelo menos, o melhor possível. E ainda há de vir alguém explicar-me o que é realmente estar bem... Porque eu já não sei.

Sinto-me e não me sinto. Estou e não estou. E no entanto sinto-me mais feliz que nunca e ao mesmo tempo tão triste como nunca me senti. Ou sinto.

Estarei a enlouquecer mesmo? Talvez. Mas por enquanto fico por aqui, a observar as estrelas. Se as nuvens deixarem.